quinta-feira, 22 de setembro de 2011

História da Moda - Parte 1: Pré-história

Eu li um artigo sobre história da moda muito legal e também muito interessante por dois motivos, primeiramente porque ajuda na compreensão de como os homens e as mulheres de antigamente lidavam com a moda pois ela não era tratada como uma demonstração do seu status social nem nada parecido mas sim uma questão básica de adaptação do homem ao seu habitat, modo de vida e principalmente as condições climáticas; a moda (se é que podemos chamar assim) era prática e eficiente. Nota-se que com o passar do tempo eles necessitavam de adaptações dos recursos que eram utilizados para a confecção das roupas e desenvolviam técnicas para isso e, ao ler o artigo fiquei feliz em perceber o avanço das ciências (no caso a química) que acabou contribuindo com a evolução da moda.

Pré-história

As últimas culturas paleolíticas da Europa viveram no final da última Era Glacial e alguns detalhes das vestimentas tinham seu fundo psicológico e social mas a grande necessidade era a proteção contra o frio.
O homem primitivo passou a caçar não só para comer mas também para utilizar suas peles e eles descobriram que só a pele sobre o corpo era algo desconfortável pois os movimentos eram restringidos e parte do corpo ficava exposta e um outro problema era o ressecamento da pele que as deixavam duras.
Mais tarde eles desenvolveram uma técnica para deixar as peles maleáveis que era a mastigação, tarefa destinada às mulheres. Uma outra técnica mais apurada era molhar a pele e sová-la com um malho (um tipo de martelo mas sem unhas nem orelhas) após a retirada de todos os fragmentos de carne.
Mais adiante, algumas tribos descobriram que o óleo ou a gordura de animais marinhos ajudava quando esfregados na pele para deixá-la maleável por algum tempo. O curtimento veio a seguir com a descoberta de que certas árvores, especialmente o carvalho e o salgueiro que contém um ácido que pode ser extraído quando as cascas de árvores são mergulhadas em água. Após ficarem nesta solução por um tempo as peles se tornavam maleáveis e à prova d'água.
A partir da técnica do curtimento as peles podiam ser cortadas e moldadas e então surgiu uma das maiores invenções do homem: a agulha de mão (inclusive alguns Arqueólogos acharam agulhas com idades de 40 mil anos em cavernas paleolíticas geralmente feitas de marfim de mamute, ossos de rena ou presas de leão marinho). Com a agulha foi possível costurar pedaços de peles e moldá-los ao corpo.
Povos primitivos de climas mais temperados descobriram a utilização de fibras animais e vegetais. Processos como feltragem (onde lã e pêlos são penteados, molhados e colocados em camadas sobre uma esteira, a seguir enrola-se a esteira com força e bate-se com uma vara, os pêlos são compactados formando um feltro que pode ser cortado e costurado para a confecção de roupas e tendas.
A utilização de fibras vegetais, como casca de certas árvores (amoreiras ou figueiras) eram mergulhadas em água e três camadas eram colocadas sobre uma pedra, fazendo-se que ficassem em um ângulo reto. As camadas eram sovadas até que se ajuntassem e depois passava-se um óleo ou uma tinta para que durassem mais. Esta técnica é semelhante a usada pelos egípcios para fabricar papiros.
O uso de cascas de árvores e peles de animais caracterizavam povos nômades. Em povos com uma cultura pastoril a utilização de lã de ovelhas e o desenvolvimento do tear eram técnicas mais refinadas que estabeleceram a manufatura de tecidos e tornaram as roupas mais ou menos semelhantes ao que conhecemos. A maneira mais simples de se utilizar um tecido era enrolar um retângulo de pano em volta da cintura, fazendo um "sarongue". Mais tarde um outro pedaço de pano era enrolado sobre os ombros e atados por prendedores.

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